ESTRELAS

Li ontem de manhã que iria haver uma chuva de estrelas durante a noite. Restos de um cometa ou qualquer coisa parecida. Saí do trabalho, tomei um banho e jantei. Sentei-me na varanda, olhei para o céu. Estava um pouco nublado, coisa passageira. Olhei e olhei... De estrelas cadentes nem sinal. Lembrei-me de que ainda era relativamente cedo para assistir a tal fenómeno. Eperei mais algum tempo. Por volta das 23:00 lá fui eu outra vez olhar para o infinito. Olhei, olhei e estrelas só mesmo as habituais...

Dei por mim a pensar... em mim mesmo, ali sozinho a olhar para o céu! Imaginei-me a ver as estrelas com alguém a meu lado, numa praia, no campo... Retrocedi no tempo, lembrei momentos especiais, recordei pessoas...

As lágrimas não tardaram a aparecer, tímidas, percorreram o meu rosto até por fim me aperceber que estava de facto, a chorar! Há já muito tempo que os meus olhos não soltavam uma lágrima, por motivo algum. E foi sem aparente motivo que assim começou ontem. Talvez tenha sido a nostalgia, talvez a solidão... Não sei!

Estava uma noite fresca, o meu corpo sentia o vento, os olhos espelhados espreitavam o céu em busca de algo...

A noite continuava a sua odisseia, e as estrelas cadentes lá apareceram. Primeiro uma, depois outra... Um desejo por cada estrela vista, não foram muitas mas deu para pedir alguns desejos. O sono apoderou-se de mim, deixei as estrelas seguirem o seu rumo e adormeci a pensar que a nossa vida pode ser como... uma estrela cadente.