DESTINOS

Não consigo deixar passar em claro esta foto que tirei a um velhote solitário que vagueava pela zona ribeirinha de Algés...
Tal como ele, também eu vagueava por ali... Tal como ele também eu olhava para o mar, para o céu, para o horizonte... Eu em busca de respostas, o velhote talvez em busca de perguntas.
Dois homens, duas gerações. Um pensando no futuro outro talvez revivendo o passado mas nos dois o mesmo sentimento de solidão...
Muitas perguntas me assolaram a mente naquele instante... Será que sempre esteve sozinho? Será que está sozinho há pouco tempo? Talvez tenha vindo apenas dar um passeio! Hum... Não tem aliança! é solitário mesmo. Porquê não está a jogar ás cartas com os amigos? Intrigante.
Também o medo se apoderou de mim. Será este o meu destino? Chegar a velhote e passar uma tarde a comtemplar o mar? Será que daqui a uns bons anos estarei a pensar no que tive, no que pude ter e no que não tive? Senti um frio gélido a percorrer as minhas veias! Tentei não pensar nisso mas a verdade é que eu, tal como ele, estava ali pelo mesmo motivo... Solidão!!!
Hoje em dia pensamos mais na nossa vida profisisonal, no nosso eu e esquecemo-nos cada vez mais das relações humanas, da busca por novas amizades, da nobre batalha de manter os que nos rodeiam perto de nós. E talvez um dia mais tarde o arrependimento tome conta da nossa alma, porque a riqueza de uma pessoa não está no seu ordenado ou na sua casa... Está no seu coração!
Puxei de um cigarro, comtemplei o mar, olhei em meu redor, vi o velhote e mais algumas almas vagueantes que mudavam o seu rumo consoante o vento... Pensei, não estou sozinho e tudo farei para que aqueles que me rodeiam sempre me acompanhem... E tu velhote... espero que nunca mais nos encontremos daquela forma, seria sinal de que a solidão teria partido... Apesar de sempre nos acompanhar!