quinta-feira, 24 de maio de 2007

FANTASMAS

Aquele era o tempo
Em que as mãos se fechavam
E nas noites brilhantes as palavras voavam,
Eu via que o céu me nascia dos dedos
E a Ursa Maior eram ferros acesos.
Marinheiros perdidos em portos distantes,
Em bares escondidos,Em sonhos gigantes.
E a cidade vazia,Da cor do asfalto,
E alguém me pedia que cantasse mais alto.
Quem me leva os meus fantasmas,
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?
Aquele era o tempo
Em que as sombras se abriam,
Em que homens negavam
O que outros erguiam.
E eu bebia da vida em goles pequenos,
Tropeçava no riso, abraçava venenos.
De costas voltadas não se vê o futuro
Nem o rumo da bala
Nem a falha no muro.
E alguém me gritava
Com voz de profeta
Que o caminho se faz
Entre o alvo e a seta.
Quem leva os meus fantasmas,
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?
De que serve ter o mapa
Se o fim está traçado,
De que serve a terra à vista
Se o barco está parado,
De que serve ter a chave
Se a porta está aberta,
De que servem as palavras
Se a casa está deserta?
Quem me leva os meus fantasmas,
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?

Um comentário:

Anônimo disse...

Bonito poema :) de quem é?

Quem te diz onde é a estrada?... Aí dentro de ti, há uma voz que te diz... sempre, qual é a tua estrada, ouve a tua voz interior e saberás qual é, só tu sabes o caminho que queres fazer entre a seta e o alvo. Mas ás vezes precisamos de determinação e coragem para fazer esse caminho.Somos nós mesmos que impedimos o nosso caminho quando com os nossos medos o bloqueamos, ou paramos. E quando isso acontece... não arriscamos, e choramos aquilo que não temos, por não termos tido coragem de ir atrás daquilo em que acreditamos, por não irmos atrás dos nossos sonhos.

Coragem!